quarta-feira, 22 de abril de 2009

LSD, BDIM, Empregos e Planejamento de Capacidade

Antes de começar o meu memory dump sobre os tópicos do título, gostaria de agradecer a Nazareno pelo convite de postar no blog e mandar um abraço para todos do LSD.

- Quando aprendi sobre planejamento de capacidade, a lei de little, utilização de recursos, escalabilidade e outras coisas na minha disciplina de Análise e Desempenho de Sistemas Discretos na UFCG não percebi onde se aplicava toda aquela matemática. Algum tempo depois, fui alocado para pesquisar justamente essas coisas no LSD, só que focadas em grades computacionais, nesta época aprendi sobre Business Driven IT Management (BDIM). Resumindo uma história longa, a forma mais simples de se entender BDIM é pegar tudo aquilo que você aprende sobre planejamento de capacidade (tempo de resposta de servidores, requisições processadas, utilização etc) e coloca uma nova variável dinheiro no meia da coisa. Agora você planeja sua infraestrutura de TI pensando no seu lucro. Nesta pesquisa, mostramos como uma grade entre pares (P2P) pode reduzir o custo de uma infraestrutura de TI para o processamento de cargas, devido ao compartilhamento gratuito de recursos, ideia que pode ser expandida para outros serviços P2P como live-streaming, compartilhamento de dados ou CDNs. Agora, eu entendia para que servia aquela matemática.

Um ano depois, estava iniciando o meu mestrado na UFMG e assistindo as mesmas aulas de análise de desempenho só que com outro nome. Um aluno (Itamar Viana) da disciplina pergunta se aquela coisa servia para ganhar dinheiro, em outras palavras se ele seria contratado por saber aquelas coisas todas, me lembrei do caso de BDIM e pensei em falar sobre ele, mas BDIM não dava empregos trabalhava com modelos em cima de dinheiro. Embora seja bastante bacana aquela modelagem toda, a pergunta se aquilo empregava alguém não foi claramente respondida, é uma pesquisa interessante com diversas conferências e grupos de interesse no mundo, mas vai empregar alguém? A reposta é sim, e aprendi isto alguns meses depois. O mesmo aluno da dúvida acima foi empregado em uma empresa que faz distribuição e processamento de vídeos, soube que ele estava se dando bem e um dos motivos eram os seus conhecimentos de planejamento de capacidade, algo que não era aplicado pela empresa, que ele continue fazendo sucesso.

Itamar me apontou para a seguinte entrevista recém publicada no HighScalability que serve para termos uma ideia do novo livro sobre planejamento de capacidade escrito por John Allspan, gerente de operações do Flickr, livro que ele está lendo para seu trabalho. O livro aparenta ser uma "hands on" em capacity planning, e pela entrevista parece que aquela modelagem toda, embora seja correta e aplicável, acaba sendo deixada para trás devido as correrias e dinamicidade do mundo real, o autor argumenta que se necessita de uma ideia ágil para planejamento de capacidade. Mas o interessante é que pelo o ponto de vista do autor, o mundo já é BDIM e o custo é quem guia o seu gerenciamento de capacidade. O autor também fala sobre clouds contrastando com planejamento de capacidade, mostrando que a pesquisa que fiz parte (e continua no LSD) estava na crista da onda. Acho interessante ver casos onde a pesquisa e empresa parecem andar juntos, embora tenham opiniões um pouco divergentes.

Atualmente duas dúvidas permanecem na minha cabeça. A primeira é devemos simplificar nossos modelos de pesquisa e ficar mais próximo do modelo ágil do mundo empresarial, tendo assim uma pesquisas mais aplicada. A outra é se o mundo empresarial vai um dia fazer uso das nossas ideia de planejamento de capacidade como a de um modelo híbrido usando P2P.

ps: Devido a este convite achei este software (usado no Flickr) bacana para fitting de curvas com picos - http://www.unipress.waw.pl/fityk/

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